UMA FESTA DA UNIDADE - Café com a Irmã Vassa

“Hoje a Virgem dá à luz o Eterno
e a terra é uma gruta ao Inacessível.
Os anjos e os pastores louvam-no
e os magos com a estrela avançam.
Tu nasceste para nós, ó Menino,
Deus antes de todo tempo.”
(Kondakion da Festa da Natividade do Senhor)

Ao celebrarmos o Natal hoje no Calendário Juliano Tradicional, sou recordado, apesar da diferença escandalosa entre os calendários de nossas Igrejas, que esta é uma festa da unidade; de toda a criação de Deus, visível e invisível, on-line e off-line, reunindo-se, de maneira improvável, quando o Deus até então invisível Se manifesta no meio de nós, como “Menino”, na carne visível. “Hoje”, em nosso tempo, o terrenal dá à luz o “Eterno”, o atemporal e o não-terrenal, e nosso mundo oferece acolhimento Àquele que não é deste mundo. Hoje, as “grutas” em que O recebemos incluem nossas plataformas on-line, que não são espaços perfeitos para o Menino, assim como a gruta naquela época não era. No entanto, hoje, tanto os pastores quanto os sábios entre nós glorificam a Deus com os anjos celestiais, vindo ao Seu encontro tanto on-line quanto off-line.

À medida que Deus entra em nosso mundo hoje, que eu permita que Ele me eleve, de uma maneira improvável e inesperada, à unidade com toda a Sua criação, tanto visível quanto invisível. Seja qual for a minha ocupação “terrena” hoje — seja eu um simples “pastor” trabalhando arduamente em meus “campos” ou um “sábio” buscando as “estrelas” dos conceitos intelectuais —, que eu permita que Deus entre nesse contexto, abrindo meu coração para Ele. Porque hoje o Inacessível convida todos nós a nos aproximarmos, em comunhão com Ele e com toda a Sua criação, independentemente de quem ou como somos. Porque é “para nós”, por mais inacessíveis que tenhamos nos tornado, em nossas ocupações e preocupações diárias, que o Deus Eterno Se aproxima de nós, “nascido para nós” como um “Menino”. Feliz Natal, queridos amigos que o celebram hoje! E a todos que reservarem um momento para celebrá-lo conosco!

Versão brasileira: João Antunes