“Acima de tudo, mantende entre vós uma intensa caridade, porque o amor cobre (καλύπτει) uma multidão dos pecados.” (1ª Pedro 4,8)
Minha “intensa caridade” para com o próximo cobre não apenas os pecados dele, mas também os meus. Muitas vezes descubro que sou recompensado com amor, não por causa de quem ou como sou, por pior ou melhor que eu seja, mas apenas porque demonstrei amor. Nem sempre é tão simples assim, mas quando amo com sinceridade, o amor tende a ser retribuído com sinceridade.
De que tipo de amor estamos falando aqui? Do tipo incondicional, sem restrições. A fonte desse amor é Deus. Em Cristo, que “morreu por nós quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5,8), recebemos a capacidade de amar a nós mesmos e uns aos outros, “sendo nós ainda pecadores”. Podemos nos permitir amar e ser amados, em meio às nossas imperfeições, porque é assim que nosso mundo criado por Deus funciona, em toda a questão do amor, que se origina n’Ele, Aquele que ama incondicionalmente a humanidade. Nós amamos porque somos amados, e somos amados simplesmente porque amamos. Amemo-nos uns aos outros, “porque o amor cobre uma multidão de pecados”.
Versão brasileira: João Antunes
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