UM “SACRIFÍCIO DE LOUVOR”

… pois o mundo é meu e tudo o que ele contém.
Porventura Eu como a carne dos touros,
ou bebo o sangue dos cabritos?
Oferece a Deus (Θῦσον τῷ Θεῷ) um sacrifício de louvor (θυσίαν αἰνέσεως)
e cumpre as promessas feitas ao Altíssimo.
Invoca-me no dia da tribulação;
Eu te livrarei e tu me glorificarás.

Honra-me quem oferece o sacrifício de louvor (θυσία αἰνέσεως);
a quem anda por este caminho
farei participar da salvação de Deus.
(Salmo 50,12b-15.23)

Deus não precisa de nada do que é nosso, que possamos pensar em sacrificar ou oferecer a Ele, porque o mundo inteiro já é d’Ele. “O mundo é Meu”, Ele nos recorda nesse salmo, “e tudo o que ele contém”. O que Ele está nos ensinando, ao permitir as várias “ofertas” no Antigo Testamento, é a autodoação. Essa é a essência da Lei e foi cumprida na autodoação única e definitiva do Filho Unigênito de Deus.

Ao longo de toda a História da Salvação, Deus quer nos libertar da “escravidão do ego”; quer nos ajudar a sair do isolamento egocêntrico, para que possamos ir mais além de nós mesmos e viver a vida como deveríamos, em comunhão com Ele e com o próximo. Ele quer que larguemos nossos intermináveis “Sim, mas…”, que tantas vezes nos impedem de aceitar a graça de Deus, e que, em vez disso, acolhamos a gratidão, a humildade, a aceitação e até mesmo o “louvor”. Esse “sacrifício de louvor” é como uma vela: Quando nos permitimos “queimar” com o louvor de Deus, nosso “eu” (como a cera da vela) é diminuído e, ainda assim, aumentado, multiplicado e transfigurado em calor e luz para além de nós mesmos, pela graça de Deus.

Talvez para muitos de nós, como Leonard Cohen [canta na música “Hallelujah”], “it’s a cold and it’s a broken Hallelujah” (é um frio e sofrido Aleluia), nosso “sacrifício de louvor”, mas que está sendo gradualmente curado e amparado, na aventura ao longo da vida que é nossa jornada carregando a cruz. Portanto, que eu largue meus “sim, mas”, acenda uma vela diante de meus ícones, e louve a Deus um pouco hoje. Glória a Deus por tudo!

Versão brasileira: João Antunes

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