“Adoramos Vossa Cruz, Senhor, e glorificamos Vossa santa Ressurreição.”
Hoje, quando nós, que seguimos o Calendário Juliano Tradicional, celebramos a grande festa da Exaltação da Cruz e fisicamente nos curvamos diante dela e a beijamos, somos recordados de que a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo é uma realidade física e histórica. Assim como nossa própria jornada carregando a cruz é uma realidade física e histórica, cumprida diariamente em tempo e espaço reais, não apenas “espiritualmente”. Nós nos dedicamos à Cruz diariamente, evoluindo; demonstrando os nossos sentimentos para nossos amores e enfrentando nossas responsabilidades; equilibrando o saudável autocuidado de nossos corpos e almas com o serviço ao próximo; e permanecendo humildemente atentos à presença de Deus em tudo isso, à medida que Ele nos guia diariamente para a nova liberdade e a nova felicidade que irrompe em nossas vidas nesse Caminho, da Cruz.
Observe, nesse contexto, que a festa da Exaltação, em 27/14 de setembro, é precedida pela festa menos conhecida das “Dedicações” (τῶν Ἐγκαινίων, обновлений) da Basílica da Ressurreição em Jerusalém, em 26/13 de setembro. A festa das “Dedicações” é expressa assim, no plural, assim como certos mistérios importantes em hebraico, incluindo o nome de Deus, por exemplo, “Elohim”, e “O Dia das Expiações” (Yom HaKippurim, comumente abreviado como “Yom Kippur”), evidenciando os significados profundos dessa festa. Não se trata apenas das “dedicações” dos lugares santos em Jerusalém no início do século IV, quando a Imperatriz Helena removeu os templos pagãos que haviam existido nesses locais por vários séculos e erigiu igrejas em seus lugares. A festa tem a ver com nossas dedicações de nós mesmos, como templos do Espírito Santo, a uma vida em Cristo, ou uma vida de Cristo em nós, diariamente
Hoje, enquanto fisicamente nos curvamos diante da Cruz e “glorificamos” ou tornamos gloriosa, por meio de nossas vidas renovadas em Cristo, a Sua ressurreição, façamos um novo começo. Vençamos a morte “pela morte”, enfrentando com fé nossos desafios, grandes ou pequenos, e não os evitando com medo. Graças Te dou, Senhor, por nos dignificar com o desafio de Sua honorável cruz e ressurreição!
Versão brasileira: João Antunes
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