DÁ-ME DESTA ÁGUA

Respondeu-lhe [à samaritana] Jesus: ‘Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede, mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna’. A mulher suplicou: ‘Senhor (Κύριε), dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!’.” (João 4,13ss)

Neste ponto, a samaritana ainda não compreende de que tipo de “água” Cristo está falando. Mas amo como ela a quer imediatamente, como uma “fonte de água” que estará “dentro” dela, e não neste poço nos arredores de sua aldeia, de onde ela precisa levar para casa. E ela acredita que este Forasteiro pode provê-la, dizendo: “Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!”. Mas ela ainda não compreendeu que seu verdadeiro “problema” não é a sede física, que a compele a se dar ao trabalho de “vir aqui tirá-la”, mas a sede espiritual que lhe trouxe muito mais problemas, conforme ela tem tentado saciá-la no(s) lugar(s) errado(s), nas relações com os homens. Como Cristo irá apontar um pouco mais adiante nesta narrativa, ela teve “cinco maridos” e agora “tem” um sexto sujeito, que “não” é seu marido (João 4,18).

Ao lermos esta passagem, preparando-nos para o Domingo da Samaritana, estou refletindo sobre esta “fonte de água que jorrará até a vida eterna”, que Cristo oferece para abrir “em” cada um de nós, se bebermos de Sua “água”. Ao contrário de “beber o Ki-Suco” de mestres ou gurus meramente humanos, meu beber da “água viva” da graça do Espírito Santo não me escraviza ou me deprime na codependência humana. Isso me fortalece para a verdadeira utilidade para mim e para os demais, pois Deus, a Fonte da Vida, me liberta de uma necessidade incapacitante ou “sede” por outras pessoas ou coisas para preencher esse buraco em meu coração. Ele me liberta para oferecer aos demais esse Algo muito extraordinário “em” mim, mas não “de” mim, a graça do Espírito Santo. “Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!”. Amém!

Versão brasileira: João Antunes

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